A CID-9 é a 9ª revisão da Classificação Internacional de Doenças. Ela foi criada como parte da evolução contínua desta classificação, com o intuito de atualizar a lista de doenças e códigos utilizados pelos profissionais da saúde no mundo inteiro.
Como esse processo não é interrompido, hoje, já existem novas revisões sendo utilizadas, que são as versões 10 e 11 da CID. Mas será que ainda é possível utilizar a nona edição da Classificação Internacional ou isso poderia comprometer o controle da saúde coletiva?
Neste artigo, vamos responder a esta pergunta e trazer ainda outras informações sobre a CID-9. Continue lendo para conferir mais detalhes sobre essa edição e os principais códigos que podem ser encontrados nela.
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O que é CID-9?
Como você viu na introdução, a CID-9 é a nona edição ou revisão da Classificação Internacional de Doenças. Trata-se de um sistema utilizado em todos os países do mundo com o intuito de codificar doenças e diferentes problemas de saúde física e mental, a fim de facilitar o controle epidemiológico e padronizar a comunicação entre os profissionais de saúde.
Nesse sistema, são utilizadas categorias para agrupar as patologias que se relacionam de alguma forma, por exemplo, as doenças cardíacas. Como existem diferentes tipos delas, cada uma recebe um código. Então, em um documento, em vez de o médico descrever o nome da patologia ele insere esse código.
Dessa forma, é possível evitar ou pelo menos minimizar as chances de erros, ou equívocos, que poderiam de alguma forma comprometer o tratamento do paciente. Também é uma prática que ajuda a manter a discrição sobre o quadro de saúde da pessoa, evitando a exposição dela, o que mantém a privacidade e contribui para o sigilo médico.
Quando e por que a CID-9 foi criada?
A CID-9 começou a ser discutida como nova versão da Classificação Internacional de Doenças no ano de 1975. No entanto, o Departamento de Gestão e Compartilhamento do Conhecimento, da Organização Mundial da Saúde, publicou a nona edição somente em 1977.
Com ela, surgiram as categorias de 4 dígitos, assim como as subdivisões opcionais contendo 5 dígitos. Dessa forma, foi possível aumentar o nível de detalhamento da documentação, assim como do relato de procedimentos e diagnósticos, o que contribuiu, ainda, para as estatísticas de mortalidade e de morbidade.
Qual a diferença entre CID-9, CID-10 e CID-11?
A diferença fundamental entre as CIDs 9, 10 e 11 está no fato de que são versões diferentes da Classificação Internacional de Doenças. Uma sucedeu a outra para promover a evolução do documento.
Como você viu, a CID-9 foi publicada em 1977, a CID-10 entrou em vigor em 1996. A CID-11 é a versão mais recente, aprovada em 2019 pela Assembleia Mundial da Saúde. Porém, entrou em vigor em janeiro de 2022, mas ela ainda está sendo implementada no Brasil, sendo que isso está previsto para janeiro de 2027.
Para o lançamento de cada nova edição são feitas revisões no documento anterior, com o objetivo de apresentar melhorias na classificação de doenças. Logo, o sistema pode passar por mudanças que otimizam a organização. Podem ser incluídas novas patologias ou categorias, por isso, sempre existem alterações de uma edição para a outra.
Tomando como exemplo a CID-10 e a CID-11, a décima edição é composta por 14.400 códigos enquanto a décima primeira tem 55 mil códigos. A CID-11 ainda inclui novas categorias e classificações, além de reclassificações de algumas condições, como a transexualidade, que já não é mais abordada como um distúrbio mental, mas sim como incongruência de gênero.
Como a CID-9 era utilizada na prática?
Quando a CID-9 foi descontinuada em 2015, ela já totalizava quase 18 mil códigos e era composta por três volumes. Os volumes 1 e 2 traziam códigos de diagnóstico, sendo que o primeiro era uma lista numérica de doenças, enquanto o segundo era utilizado para localizar os códigos corretos no volume 1. O terceiro era utilizado por hospitais para relatar serviços, uma vez que continha códigos de procedimento.
Na prática, os códigos eram utilizados da mesma maneira como funciona hoje para as edições 10 e 11. Eles eram inseridos no prontuário dos pacientes e utilizados para a geração de relatórios, diagnósticos e faturamentos.
Ainda é possível usar a CID-9 no Brasil?
Como você viu, a CID-9 já foi descontinuada no mundo inteiro, o que me inclui o Brasil. Sendo assim, já não é mais possível utilizar essa edição. Agora, os profissionais devem usar a CID-10.
Lembrando que essa edição também tem prazo para ser substituída pela 11ª, que já está sendo utilizada em diferentes países do mundo. Mas, como dito, aqui no Brasil, a implementação oficial vai acontecer em 2027.
Principais códigos na CID-9
A seguir, você confere os principais códigos da CID-9 e seus diferentes capítulos.
Doenças Infecciosas e Parasitárias
Essa classe de doenças está descrita no Capítulo 1, incluindo os códigos de 001 a 139. São detalhadas diferentes condições infecciosas e parasitárias, desde intestinais até problemas como a tuberculose.
Doenças do Sistema Respiratório
Para essa classe de doenças são utilizados os códigos de 460 a 519. Inclui condições respiratórias diversas, como infecções agudas, problemas pulmonares, pneumonia e outras.
Doenças Cardiovasculares
Doenças cardiovasculares ou do aparelho circulatório são abordadas no sétimo capítulo da CID-9. Os códigos vão de 390 a 459.
Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas
Doenças e condições dessa classe são abordadas dos códigos 240 a 279, encontrados no capítulo 3 da CID-9.
Doenças Mentais e Comportamentais
Aqui também estão incluídos os transtornos relacionados ao neurodesenvolvimento. Encontram-se no quinto capítulo, dos códigos 290 a 319.
Doenças do Sistema Nervoso
O capítulo 6 engloba essas doenças, assim como aquelas que afetam os órgãos dos sentidos. Os códigos vão de 320 a 389.
Doenças Musculoesqueléticas
As patologias e condições que afetam músculos, articulações, ossos e tendões estão agrupadas no capítulo 13, nos códigos 710 a 739.
Acidentes e Lesões
Os códigos referentes às lesões vão de 800 a 999. Eles descrevem a natureza delas, mas também existem os códigos de Causas Externas, que vão de E800 a E999, e descrevem de que maneira a lesão aconteceu.
CID-9 e Atestado Médico: é válido?
Como já está em vigor a CID-10, os documentos médicos e prontuários precisam seguir essa nova edição. Logo, já não é mais utilizada a CID-9 em atestados médicos.
Na verdade, não existe a obrigatoriedade de utilizar a classificação nesse tipo de documento a não ser que o paciente dê autorização expressa para isso, segundo o Conselho Federal de Medicina. O objetivo é manter o sigilo médico e a autonomia do paciente.
Onde consultar a tabela da CID-9?
No site Datasus é possível consultar a Lista de Tabulação CID-BR, uma versão mais básica da CID-9, adaptada à realidade do Brasil. Mas é possível consultar também a edição atual, ou seja, a CID-10.
Essa versão também está disponível no site Datasus, oferecido em diferentes formatos eletrônicos e padrões. Nela, é possível consultar todos os capítulos, agrupamentos e categorias.
Conhecer a CID-9 é interessante, mas não se esqueça de que ela já foi descontinuada e que atualmente está sendo utilizada a CID-11 em outros países. É fundamental ter atenção ao fato de que a CID-10 será substituída em breve aqui no Brasil também, tornando oficial o uso da nova classificação.
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