Ao contrário do que muitos acreditam, a demência não é uma consequência do processo de envelhecimento. Na verdade, uma pessoa desenvolve essa condição devido a algum tipo de alteração que afeta o sistema nervoso central e o funcionamento do cérebro.
Existem diferentes tipos de demência, mas em todos eles ocorrem prejuízos para as habilidades cognitivas, o comportamento e a memória da pessoa. Isso tende a afetar a sua vida diária, a autonomia e a comprometer a saúde mental.
Diversos fatores podem desencadear a demência, e segundo um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da USP, 50% dos casos na América Latina são evitáveis. Sendo assim, é fundamental buscar informação para que você possa se prevenir também. Quer saber mais? Continue lendo porque vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
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O que é demência?
A demência é um termo geral utilizado para nos referirmos à perda lenta e progressiva de funções mentais relacionadas à linguagem, memória, resolução de problemas e outras habilidades cognitivas, de modo que ocorrem prejuízos na vida diária.
Trata-se de uma condição neurológica que, de forma gradativa, causa a deterioração dessas habilidades e alterações de comportamento. Isso acontece porque o sistema nervoso central é afetado e há o comprometimento das funções cerebrais, causando alterações que desencadeiam uma série de sintomas e limitações.
Causas de demência
A demência pode se manifestar como uma doença cerebral primária, ou seja, um problema que existe sem qualquer outra causa de base. Contudo, existem diversas condições que podem desencadear o quadro, como:
- Alzheimer;
- comprometimento do sistema vascular;
- doença de Parkinson;
- lesões no cérebro;
- doenças causadas por príons;
- neurosífilis; entre outros.
Como dito, o problema ocorre quando há comprometimento do funcionamento do cérebro ou do sistema nervoso central. No caso do Alzheimer, por exemplo, que é a principal causa de demência, há um mau processamento das proteínas, que provoca toxicidade no cérebro alterando a estrutura dele, levando à perda de neurônios e afetando a comunicação entre essas células.
Algumas causas de demência podem ser revertidas, como:
- deficiência de vitaminas;
- problemas na tireoide;
- tumores cerebrais;
- hematoma subdural;
- intoxicação por metais pesados;
- alguns tipos de infecções; entre outros.
Tipos de demência
Como você viu no tópico anterior, a doença de Alzheimer é um tipo de demência, sendo a forma mais comum desse problema. Mas também existem outros tipos, como:
- demência vascular;
- demência frontotemporal;
- demência com corpos de Lewy.
A demência vascular é o segundo tipo mais comum. Nesse caso, ocorre um sangramento microscópico e o bloqueio dos vasos sanguíneos localizados no cérebro.
Sintomas de demência
Os quadros de demência provocam prejuízos ou perdas de diversas funções, como:
- memória;
- orientação;
- linguagem;
- pensamento;
- compreensão;
- aprendizado;
- julgamento;
- cálculo.
Sendo assim, é possível perceber a manifestação de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais. Eles tendem a se agravar conforme a doença progride. Entre esses sintomas estão:
- perda da coordenação motora;
- redução da destreza;
- fraqueza muscular;
- dificuldade para realizar tarefas simples;
- prejuízos no equilíbrio;
- alterações na marcha;
- problemas de memória;
- desorientação;
- confusão;
- dificuldade de compreensão;
- dificuldade para se expressar;
- irritabilidade;
- agitação;
Quais são os estágios da demência?
É importante ressaltar que os quadros de demência não se manifestam da mesma forma em todas as pessoas. Cada condição é única, por isso, a maneira como o problema evolui, assim como os sintomas que ocorrem, tendem a ser distintos.
Alguns sinais podem nunca aparecer em um determinado paciente. A evolução da doença pode ser mais lenta ou mais rápida, e algumas manifestações podem surgir e depois desaparecer.
De toda forma, por se tratar de uma condição neurodegenerativa, existe o estágio inicial, em que os sintomas são mais sutis, o estágio moderado e o mais grave.
Costuma ser mais difícil identificar a demência no estágio inicial porque o quadro afeta principalmente pessoas idosas. Sendo assim, esses sinais geralmente são confundidos com a perda natural de habilidades devido ao envelhecimento. Porém, nem toda pessoa idosa terá demência.
Nesse primeiro estágio, a necessidade de cuidados é menor, mas já passa a existir certa dependência. Quando o quadro chega à fase moderada, há uma dependência maior. A pessoa pode apresentar grande dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia e tem uma perda significativa de memória.
Nos estágios mais avançados, os sintomas são graves e intensos. No caso do Alzheimer, por exemplo, a pessoa perde a sua autonomia e, na fase final da doença, acaba restrita ao leito.
Diagnóstico de demência
O diagnóstico de demência tem como base os critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Geralmente, são adotadas diferentes medidas para fazer uma avaliação ampla, que envolve testes neuropsicológicos, histórico médico, exames físicos e de imagem.
O processo para diagnosticar a demência é bastante complexo. É necessário que exista uma abordagem integrada, com o envolvimento de diferentes profissionais da saúde. A colaboração dos familiares, cuidadores e do paciente também é indispensável para a emissão de um diagnóstico preciso.
Afinal, nem sempre existe um exame específico para diagnosticar a demência, como no caso do Alzheimer, que requer a análise cuidadosa dos sintomas e do comportamento da pessoa. O que é um desafio porque ela também não consegue expressar seus sentimentos e emoções.
Assim, é fundamental que o profissional seja experiente e especializado em diagnosticar quadros de demência. Inclusive para identificar o tipo, as possíveis causas e oferecer o melhor suporte e tratamento.
Tratamento de demência
A abordagem terapêutica acontece de uma forma completamente individualizada. Isso porque, como você viu, existem diferentes possíveis causas para esse problema, e isso deve ser levado em consideração na hora de definir o melhor tratamento para cuidar da saúde mental e física.
Também é possível adequar a abordagem às necessidades de cada paciente, considerando, por exemplo, a idade, a presença de comorbidades, a gravidade dos sintomas e até mesmo as preferências pessoais.
É importante lembrar que existem situações em que é possível reverter o quadro de demência. Porém, dependendo do tipo dela, o declínio das funções cognitivas e mentais não pode ser impedido.
Isso também é considerado na hora de definir o tratamento. Afinal, nesse caso, ele tem por objetivo proporcionar mais qualidade de vida e prolongar ao máximo as habilidades da pessoa, além de promover a reabilitação dela.
Sendo assim, existe uma amplitude de medidas que podem ser adotadas para controlar os sintomas ou reverter o quadro. O especialista poderá recomendar:
- medicamentos;
- terapia ocupacional;
- psicoterapia;
- prática de atividade física;
- estimulação cognitiva.
Até mesmo a fisioterapia e a fonoaudiologia tendem a se envolver com o tratamento da demência, dependendo do tipo dela.
Em certos casos, a internação psiquiátrica também vem como uma opção. Em especial quando a demência está em um quadro mais avançado e os familiares já não conseguem mais oferecer o suporte adequado para o paciente.
Você viu que existem situações em que a demência pode ser evitada, inclusive por meio de cuidados simples com a saúde. Um estudo internacional mostrou, por exemplo, que tratar a hipertensão reduz o risco de desenvolver esse problema.
Então, a recomendação geral é adotar um estilo de vida mais saudável, a fim de garantir o equilíbrio da saúde física e mental. Isso ajudará a promover um envelhecimento saudável, minimizando os fatores de risco para o desenvolvimento desse problema.
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