O cloridrato de fluoxetina é um dos medicamentos mais conhecidos para o tratamento da depressão, condição psiquiátrica que acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da OMS.
Como qualquer remédio, o seu uso deve ser sempre prescrito e monitorado por um médico, que levará em conta as necessidades individuais de cada paciente.
Se você deseja entender como esse fármaco age no organismo, suas indicações e possíveis efeitos colaterais, continue lendo. Aqui você encontra todas essas informações!
O que é fluoxetina?
A fluoxetina é um medicamento antidepressivo que pertence à classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), neurotransmissor responsável por regular o humor, o sono e entre outras funções importantes.
Seu uso foi aprovado em 1987, inicialmente nos Estados Unidos, quando se consagrou como o primeiro medicamento dessa categoria. Hoje, sua comercialização também é autorizada em países como Brasil e Portugal.
Para que serve a fluoxetina?
O cloridrato de fluoxetina é conhecido, principalmente, como um remédio para tratar a depressão, relacionada ou não à ansiedade.
O que muitos não sabem é que ele também pode ser prescrito para outros tipos de transtorno mental, tais como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Além disso, a fluoxetina serve para aliviar sintomas relacionados à bulimia nervosa e ao transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), uma forma intensa da TPM.
Como a fluoxetina funciona?
Como vimos acima, a fluoxetina é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina. Na prática, isso significa que ela age aumentando os níveis desse neurotransmissor no cérebro.
Ao ser administrado via oral, o medicamento é rapidamente absorvido pelo sistema digestivo e distribuído pelos tecidos até atingir o Sistema Nervoso Central (SNC).
Lá, a fluoxetina começa a bloquear a recaptação da serotonina pelas células nervosas, permitindo que mais dessa substância permaneça disponível nas sinapses, ou seja, nos espaços entre os neurônios.
Esse aumento na disponibilidade, por sua vez, tende a melhorar o humor e a ansiedade do paciente, contribuindo para uma maior sensação de bem-estar.
Aliás, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) chegou a apontar que o uso de fluoxetina pode até mesmo gerar melhorias em perda de memória causada pela depressão.
Quanto tempo leva para a fluoxetina fazer efeito?
Quem inicia um tratamento para melhorar a saúde mental não vê a hora de começar a sentir os resultados.
Porém, ao contrário de medicamentos para febre ou dor de cabeça, cujo efeito é imediato, os antidepressivos exigem um pouco mais de paciência.
A fluoxetina, por exemplo, pode levar de duas a quatro semanas para começar a mostrar seus efeitos iniciais.
Caso o paciente não apresente melhoras dos sintomas após esse período, é importante conversar com o médico responsável a fim de avaliar a dose prescrita e, se necessário, ajustá-la.
Quais os efeitos colaterais da fluoxetina?
Quase todo fármaco tem seus prós e contras. E, no caso do cloridrato de fluoxetina, não é diferente.
Entre os efeitos colaterais e reações apontados na bula, estão:
- Diarréia;
- Náusea;
- Dor de cabeça;
- Insônia;
- Palpitações;
- Visão turva;
- Boca seca;
- Erupções na pele;
- Síndrome gripal;
- Inquietação;
- Alterações na concentração;
- Vertigem;
- Diminuição do apetite;
Quando surgem, esses sintomas costumam ser temporários e diminuir à medida que o corpo se adapta ao medicamento.
Mas, caso eles persistam ou sejam muito intensos, principalmente aqueles associados a alterações de humor ou comportamento, é importante informar o médico o quanto antes.
Além disso, se o paciente apresentar sintomas relacionados a uma possível alergia ao medicamento, como urticária, inchaço ou dificuldade para respirar, ele deve se encaminhar para o pronto socorro.
A fluoxetina pode causar dependência?
Muitas pessoas são resistentes à ideia de tomar antidepressivo por medo de se tornarem dependentes. Mas, ao contrário de outras classes medicamentosas, a fluoxetina não causa dependência.
Isso não significa, no entanto, que o paciente possa interromper o tratamento de forma abrupta ou por conta própria.
Parar de tomar a fluoxetina de repente pode causar efeitos colaterais desagradáveis, como irritabilidade, tontura, formigamento, dores de cabeça, alterações no sono e distúrbios sensoriais.
Por isso, é essencial que qualquer ajuste na dosagem ou interrupção do tratamento seja feito sob a supervisão do médico responsável.
Quem não deve tomar fluoxetina?
Embora a fluoxetina seja um medicamento eficaz para muitas pessoas, capaz de promover uma melhora significativa de saúde, existem algumas situações em que ela não é recomendada.
Esse é o caso de pessoas que:
- São alérgicas a qualquer componente da fórmula;
- Estão utilizando inibidores da monoaminoxidase (IMAO);
- Possuem problemas cardíacos ou epilepsia.
Gestantes e lactantes também requerem atenção.
De modo geral, o uso da fluoxetina deve ser considerado durante a gravidez somente se os benefícios do tratamento justificarem o risco potencial para o feto, tendo em conta os riscos do não tratamento da depressão.
Durante a amamentação, por sua vez, a fluoxetina é excretada no leite materno, o que pode afetar o bebê.
Por isso, a decisão de usar o medicamento durante esse período deve ser feita em conjunto com o médico, que irá avaliar a situação individualmente e orientar a melhor abordagem para a mãe e o bebê.
Considerações finais
A fluoxetina é um medicamento eficaz no tratamento da depressão e do TOC, mas seu uso deve ser sempre acompanhado por um médico. Portanto, se você sente que algo não vai bem, não hesite em procurar ajuda profissional.
Vale ressaltar que o uso de antidepressivos como a fluoxetina é apenas uma parte do processo terapêutico.
Mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios físicos e o cultivo de hábitos saudáveis, desempenham um papel igualmente importante na manutenção do bem-estar emocional.
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