A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que manifesta seus sintomas, principalmente, na 5ª ou na 6ª década de vida. Ainda não se sabe exatamente o que leva uma pessoa a ter o problema, de toda forma, é possível que seja decorrente de fatores genéticos e ambientais.
Nos quadros de Parkinson, o sistema nervoso central é acometido, e isso desencadeia diversos sintomas motores, sendo o tremor aquele mais conhecido. Mas também ocorrem sinais não motores que afetam a saúde física e mental.
A estimativa é de que, até 2030, mais de 600 mil brasileiros poderão sofrer de Parkinson. Por isso, é interessante conhecer um pouco mais a fundo essa doença crônica, os fatores de risco, as opções de tratamento, entre outras informações. Tudo isso você confere neste conteúdo.
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O que é Parkinson?
A doença de Parkinson é uma condição crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso central. Trata-se da segunda doença neurodegenerativa mais recorrente, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer.
Como dito na introdução, o problema ocorre, principalmente, em pessoas com mais de 50 ou 60 anos. Assim, o avanço da idade se torna um fator de risco para o problema, que se caracteriza pela morte das células que produzem os neurotransmissores chamados de dopamina.
A doença de Parkinson, antes chamada de Mal de Parkinson, recebeu esse nome como reconhecimento ao cirurgião inglês James Parkinson. Ele descreveu os sintomas da doença pela primeira vez em 1817, no estudo denominado “Um ensaio sobre a paralisia agitante”.
O que causa Parkinson?
Fatores genéticos e ambientais podem estar relacionados com a maior suscetibilidade para o desenvolvimento da doença de Parkinson. A redução da produção de dopamina compromete as funções motoras da pessoa e desencadeia os sintomas.
Isso ocorre porque esse neurotransmissor contribui para a execução dos movimentos voluntários do corpo, como segurar um objeto, escrever ou andar. Assim, permite que eles sejam realizados de maneira automática.
Mas a doença de Parkinson causa a morte dos neurônios que produzem a dopamina, conforme explicamos. Então, ocorre a deficiência desse neurotransmissor e, por consequência, a dificuldade para controlar os movimentos.
Como evolui a doença de Parkinson?
A evolução da doença de Parkinson não acontece de uma forma igual para todos os pacientes. O processo é lento e singular, mas pode ser classificado em cinco estágios:
- estágio 1: começam a aparecer os primeiros sintomas, como tremor em apenas uma das mãos;
- estágio 2: os sinais afetam os dois lados do corpo;
- estágio 3: a pessoa tem dificuldade para ficar em pé, seus movimentos ficam mais lentos e ocorre instabilidade postural moderada;
- estágio 4: os sintomas se tornam mais intensos e incapacitantes, causando instabilidade postural grave;
- estágio 5: as pernas ficam rígidas, impedindo o andar e levando à locomoção dependente.
Como o avanço acontece de uma forma lenta e regular, não existe um agravamento rápido ou mudanças muito drásticas no quadro.
Sintomas do Parkinson
Como você viu, a doença de Parkinson provoca sintomas motores e não motores. Entre os sintomas motores estão:
- tremor em repouso;
- rigidez da articulação;
- lentidão dos movimentos;
- alterações na marcha;
- instabilidade postural.
Os sintomas não motores incluem:
- distúrbios emocionais, como apatia, depressão e ansiedade;
- disfunção cognitiva;
- distúrbios do sono;
- alterações dos sentidos;
- disfunção urinária;
- distúrbios gastrointestinais;
- hipotensão;
- distúrbios sexuais.
Fatores de risco do Parkinson
O avanço da idade é um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Parkinson, assim como:
- alimentação;
- estilo de vida;
- tabagismo;
- sedentarismo;
- exposição a toxinas;
- lesões cerebrais traumáticas.
Além disso, os homens costumam ser mais afetados pela doença do que as mulheres.
O papel da genética no Parkinson
Aspectos genéticos também estão envolvidos com a doença de Parkinson. Quando há familiares com o problema existe um risco maior de desenvolvê-lo, em especial quando se trata de um parente de primeiro grau.
Sendo assim, o histórico familiar também é considerado, pois alterações genéticas podem fazer com que o problema se manifeste. De toda forma, a maioria dos casos acontece de maneira esporádica, ou seja, sem que exista histórico na família.
Como é feito o diagnóstico do Parkinson?
Ainda não existe um teste ou exame específico para confirmar o diagnóstico de Parkinson. Sendo assim, o médico neurologista avalia a manifestação dos sintomas característicos, o histórico clínico da pessoa e o exame neurológico.
Procedimentos como a ressonância magnética podem ser solicitados. Embora não sejam fundamentais para a emissão do diagnóstico, permitem descartar suspeitas, uma vez que a doença de Parkinson pode ser confundida com outras condições clínicas.
Parkinson tem cura?
Até o momento, ainda não foi encontrada uma cura. Também não existem medicamentos que possam atrasar a evolução da doença ou reverter os prejuízos provocados. Porém, estudos vêm sendo conduzidos com o objetivo de entender melhor a doença e encontrar uma possível cura.
Uma pesquisa realizada pela USP, por exemplo, descobriu que existem células que conseguem proteger contra os sintomas da doença de Parkinson. O estudo ainda está começando e precisará de mais alguns anos para ser conduzido com pacientes. Mas os resultados sugerem uma possibilidade futura de tratamento.
Tratamento para Parkinson
Mesmo que não haja uma cura, existe tratamento para Parkinson. Ele tem por objetivo promover mais qualidade de vida para a pessoa, controlando os sintomas e promovendo a reabilitação do paciente.
O tratamento da doença de Parkinson envolve diversas medidas. Os medicamentos são uma das opções para promover o alívio dos sintomas motores, mas também podem ser realizadas estações de fisioterapia.
O fonoaudiólogo é um profissional que integra a equipe que trata a pessoa com Parkinson. Ele contribui para melhorar aspectos da deglutição e da fala. O tratamento psicoterápico e psiquiátrico é importante para cuidar da saúde mental e controlar os quadros de ansiedade e depressão que acompanham a evolução da doença.
Também estão envolvidos outros especialistas, como nutricionistas, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, além do neurologista. Tudo isso para promover a reabilitação da pessoa e proporcionar mais qualidade de vida para ela.
Medicamentos
Você viu que os medicamentos são uma alternativa para tratar os sintomas motores da doença de Parkinson. Embora sejam eficazes, podem causar efeitos colaterais significativos em certos casos. Por isso, muitos pacientes preferem começar com a medicação apenas quando os sintomas passam a interferir no dia a dia.
Existem diferentes classes de medicamentos utilizados, todos interagindo de alguma forma com a dopamina. Os que apresentam maior eficácia são os que mimetizam o neurotransmissor, principalmente a levodopa.
Quando a cirurgia é recomendada?
A cirurgia de estimulação cerebral profunda é uma opção de tratamento cirúrgico da doença de Parkinson. Consiste em implantar eletrodos em lugares estratégicos para obter benefícios similares àqueles proporcionados pela levodopa.
Sendo assim, o procedimento é indicado para pacientes beneficiados pela medicação, mas que apresentaram complicações motoras. A cirurgia evita esse tipo de efeito colateral, mas também não cura o problema e não modifica a evolução da doença.
Como prevenir o Parkinson?
Ainda não é possível apontar uma medida, cuidado ou estratégia que possa evitar que a doença de Parkinson se desenvolva. Portanto, não há garantias de prevenção.
De toda forma, é recomendado que a pessoa invista em autocuidado e mantenha o equilíbrio da saúde por meio de uma boa alimentação, com um cardápio rico em antioxidantes e vitaminas.
Também que pratique exercícios físicos e adote um estilo de vida saudável, evitando o tabagismo, investindo na qualidade do sono no tempo de descanso e mantendo o peso adequado.
Todas essas medidas permitem promover um envelhecimento mais saudável, e isso também influencia de maneira positiva as células do cérebro. Assim, embora não haja garantia de que vá prevenir a doença de Parkinson, é um caminho para ter uma qualidade de vida mais alta e preservar a saúde como um todo.
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